Os próximos dias prometem ser quentes para a política local e o desfecho parece estar longe do fim e ao que tudo indica, caminha a passos largos para a judicialização a decisão no ninho tucano.
Com grande interferência de deputado que nem mesmo é do partido, mas que goza de grande prestígio junto a cúpula maior tucana, dificilmente terminará de forma amigável o racha existente dentro da base local do PSDB.
Na última sexta-feira, 1, um evento em Belo Horizonte deu a noção do caminho que pode estar sendo trilhado para que a decisão ocorra em breve e alguns apostam que sairá antes mesmo da convenção partidária, marcada para
ocorrer no dia 24 deste mês, conforme publicação do edital de convocação em jornais locais.
Nossa reportagem teve acesso a documentos de pedido de “Destituição do Diretório Municipal do PSDB” e não pudemos deixar de observar alguns pontos e que dão margens à questionamentos futuros.
Alega o requerente do pedido que há algum tempo o PSDB/Pouso Alegre não consegue desempenho político eleitoral adequado, sofrendo por isso um atrofiamento no município.
Então vejamos: O partido apresentou candidatos a prefeito nas últimas eleições? Os candidatos a deputado estadual, federal, governador, senador e presidente tiveram votação em Pouso Alegre? Qual foi a votação? Assim sendo, onde está o atrofiamento apresentado?
Não há como falar de atrofiamento num partido que possui representante na Câmara de vereadores. Onde o clima está quente por ocasião da apresentação de dois nomes para a disputa municipal, enquanto observamos vários partidos se transformando em legendas de aluguel.
Aceito o pedido de intervenção e assim foi feito pelo presidente estadual da legenda, o deputado Domingos Sávio, os onze membros do diretório deverão votar pela intervenção ou destituição do diretório municipal.
O que muda com isso? Se aprovada a destituição, o caminho para Rafael Simões pode ficar mais fácil,mas por outro lado, as coisas podem complicar para a própria legenda, uma vez que Chico Rafael, através de vídeo postado em rede social declarou que não aceitará pacificamente a interferência no diretório municipal e levará o caso para a justiça, amparado pelo artigo 17 e seus parágrafos da Constituição Federal.
Para Chico Rafael, a hierarquia dos órgãos constituídos e que regem os princípios da disputa eleitoral não podem ser sobrepostos por Instrução Normativa do partido ou pela vontade deste ou daquele membro, a escolha deve ser feita pelos membros do Diretório Municipal e vamos lutar para garantir este direito constitucional.
“Mais uma vez volto a dizer, não há no mundo jurídico eleitoral candidatura NATA, inclusive com jurisprudência do STJ. Qualquer filiado que queira colocar seu nome para apreciação na disputa eleitoral, desde que atenda aos requisitos, tem esse direito assegurado pela Constituição Federal”, finalizou ele.