Um decreto legislativo aprovado na sessão da Câmara Municipal desta terça-feira, 24, deu legitimidade à intervenção da administração no Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Pouso Alegre, decretada pelo prefeito municipal Rafael Simões na segunda-feira.
De acordo com o decreto do Executivo, a intervenção se deu por sonegação de documentos e informações solicitadas ao Iprem no tocante a política de investimentos do instituto e também para garantir a eficiência administrativa e apurar irregularidades levantadas após apreensão de documentos pela Polícia Federal durante operação denominada “Encilhamento”, que investiga fraudes em aplicações em fundos de investimentos sem lastro, dos quais, alguns seriam usados pelo instituto municipal.
A intervenção terá o prazo de 180 dias e para o cargo de interventor foi nomeado o recém contratado em cargo comissionado Alberto Maia Valério.
Coincidência ou não, a intervenção se deu logo após o portal de notícias Pouso Alegre.net contestar as informações iniciais passadas pela prefeitura, de que quase a metade do patrimônio financeiro do Instituto de Previdência Municipal estar aplicada em fundos de difícil recuperação. Informação negada por representantes do instituto.
Na terça-feira, 17, a carteira de investimentos do instituto apresentava 66% do patrimônio aplicado em grandes bancos como Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander e 34% estariam divididos em outras quatro instituições, das quais apenas o Gradual estaria sendo investigado na operação da Polícia Federal.
Com a intervenção foram afastados o diretor-presidente, o controlador-interno, o procurador-geral e cargos da diretoria executiva, além de membros dos Conselhos fiscal e deliberativo e do Conselho de investimentos da autarquia.
A medida deu margem a discursos acalorados na Câmara e vem dividindo opiniões inclusive entre os servidores municipais que esperam que a situação seja apurada e o resultado seja trazido à luz, para tranquilidade dos segurados ativos e inativos.
