Entidades apresentam propostas e CREM poderá ser terceirizado

A administração municipal publicou edital de Chamamento Público para atrair instituições interessadas em assumir a administração do SAICA, antigo CREM e duas entidades demonstraram interesse em assumir tão importante tarefa de dar suporte à crianças e adolescentes em situação de risco na cidade.

A ADRA, ligada à igreja Adventista e o projeto Chama da Creche do Foch agora aguardam agora a abertura dos envelopes das propostas para saber quem será a vencedora.

O SAICA é responsável pelo acolhimento de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade, acaba de ganhar sua sede própria ao lado do Caic Árvore Grande, onde funcionava uma rádio comunitária, após TAC firmado entre empresa e administração anterior.

O assunto tem dividido opiniões, principalmente pelo valor que será disponibilizado para a instituição escolhida para administrar a unidade. Estão previstos R$110.000,00 mensais para o atendimento de 40 crianças e jovens, ou seja, nada menos do que R$2.750,00 por atendido.

A notícia da terceirização traz preocupação inclusive para os funcionários da repartição que não sabem para onde serão enviados caso a terceirização se concretize.

De acordo com dados levantados por nossa equipe, anteriormente, mesmo com todas as despesas, inclusive de aluguel (que não mais terá já que o SAICA agora terá sede própria) os gastos com as duas unidades, que conta com uma equipe de aproximadamente 30 funcionários divididos entre psicólogo, assistente social, cuida­dores e outros, era de aproximadamente R$80 mil mensais.

Outro problema levantado por nossa equipe diz respeito aos trabalhos realizados. De acordo com as orientações técnicas, a equipe que atende a instituição de acolhimento deve ser fixa, pois são construídos vínculos afetivos, nos quais a criança transfere para o cuidador ou para o técnico sua referência de família.

Mudanças nesse quadro, pode ser entendido como um novo abandono. A equipe técnica deve conhecer a fundo o histórico da criança institucio­nalizada para trabalhar com a família, a possibilidade de retorno da criança ao lar de origem ou caso não seja possível, trabalhar a destituição para inclusão em uma nova família.

Romper nesse momento os vínculos já construídos por essas crianças com a equipe da instituição, seria como tirar toda e qualquer referência construída até o momento, causando ainda mais traumas irreparáveis nos acolhidos.

A questão não pode ser tratada apenas com a transferência de responsabilidade e como uma simples transferência de recursos. O caso exige um estudo e planejamento mais aprofundado, até para dar maior clareza e segurança, tanto para os acolhidos como também para os funcionários que hoje realizam tão importante trabalho.