Um documento de orientação sobre práticas pedagógicas durante a Páscoa na rede municipal de ensino de Pouso Alegre (MG) virou motivo de polêmica e fomentou um festival de pregação religiosa entre políticos.
O vereador Israel Russo (União) usou a tribuna da Câmara e as redes sociais para afirmar que “a Secretaria de Educação tenta censurar Cristo da Páscoa”
A fala do político se refere a um informativo enviado a diretores, supervisores e professores pelo Departamento Pedagógico com orientações gerais sobre como trabalhar a Páscoa em sala de aula.
No documento, é pedido para que os professores “evitem atividades que façam referência direta a elementos próprios da fé cristã, como a crucificação, a ressurreição ou celebrações litúrgicas”, lembrando que “tais conteúdos pertencem ao âmbito da religiosidade particular e não devem compor o planejamento pedagógico de uma instituição pública de ensino”.
Russo é integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), grupo que se tornou célebre por adotar estratégias agressivas para ganhar engajamento nas redes sociais a partir de pautas polêmicas. Religião e segurança pública são os temas preferidos do grupo. Não por acaso, esses são exatamente os temas que mais permeiam os primeiros meses de mandato do vereador.
Quem também se insurgiu contra as orientações foi o vereador Leandro Morais (União). “Jesus Cristo está muito acima de religião. Jesus Cristo é o caminho, a vida, ninguém vai ao Pai se não por ele e não há um outro significado na Páscoa a não ser Jesus Cristo”, discursou em tom religioso o parlamentar na tribuna da Câmara para criticar a orientação pedagógica. Afirmando ainda que no dia em que não puder falar de Jesus na tribuna, ele larga o mandato e vai embora.
O tema logo ganhou proporções enormes nas redes sociais e tanto o prefeito Cel. Dimas, acompanhado de seu vice, Igor Tavares e a própria Secretaria Municipal de Educação fizeram veicular vídeo esclarecendo os fatos.
“Reafirmamos com toda a clareza: em nossas escolas nunca foi e jamais será proibido mencionar o nome de Jesus Cristo. Repito, nunca foi e jamais será proibido mencionar o nome de Jesus Cristo em nossas escolas”, afirmou em vídeo a secretária da pasta.
Com o assunto ainda rendendo, vamos replicar um texto altamente elucidativo sobre o fato do nobre advogado Valdomiro Vieira, que mostra como a interpretação errônea ou a falta dela, pode fazer com que um assunto pode render comentários equivocados.
A recente polêmica em Pouso Alegre sobre os “equívocos na redação, objetivos e interpretações” de “ato de comunicação sobre a Páscoa” (Informativo 15/25) feito pela Secretaria de Educação da Prefeitura de Pouso Alegre, traz à tona o necessário debate sobre o Princípio Constitucional que garante a LIBERDADE DE CRENÇA, CULTOS e de DE PROTEÇÃO DE SEUS LOCAIS. O PRINCÍPIO encontra assento em vários dispositivos CONSTITUCIONAIS e, tem entre outros, o fundamento de separar o ESTADO DA IGREJA. Os limites de um “post” não permitem uma análise ideal sobre o tema, mas nos permite INDIGNAR com o USO e DISCURSO POLÍTICO da RELIGIÃO e, sobretudo do CRISTIANISMO (a maior monoteísta do mundo). POLÍTICOS SEM ESCRÚPULOS, CORRUPTOS, DESUMANOS se valem da CRENÇA (em sua natureza mais sublime) dos eleitores para se divulgarem para os VOTOS. Em tempos de campanhas vão às Missas, Cultos…. INTERPRETAM PERSONAGENS DE FIÉIS que nunca viveram, nem mesmo em família…CREIO que o significado e simbolismo da PÁSCOA, da RESSURREIÇÃO DE JESUS e de sua primeira aparição entre seus discípulos, são observados, compreendidos e respeitados por qualquer pessoa QUE VIVA OS VALORES DE SUA CRENÇA, do Sikhismo às Religiões de Matrizes Africanas…sugiro correção no Informativo Educacional: “Limitem o acesso de “POLÍTICOS PROFISSIONAIS ” e seus PALPITES NAS ESCOLAS, NOS HOSPITAIS E TEMPLOS, escreveu Valdomiro.