Advogados se voluntariam para ajudar pouso alegrense presa na Tailândia

Um grupo que já reúne ao menos cinco advogados se voluntariou para ajudar a jovem moradora de Pouso Alegre, Mary Helen, de 22 anos, presa na segunda-feira, 14, no aeroporto de Bangkok, na Tailândia, por suspeita de tráfico internacional de drogas. O país prevê punições duríssimas para o crime, entre elas a pena de morte.
A prisão e a possibilidade de a jovem ser condenada à morte colocou familiares e amigos em desespero. Um grupo de advogados pouso-alegrenses se sensibilizou e tenta encontrar meios jurídicos e diplomáticos para auxiliar Mary.
Uma das advogadas que se voluntariou para ajudar no caso, Pablinie Costa, admite que o caso é muito delicado. Segundo ela, no momento, o caminho é tentar sensibilizar o Itamaraty, que é o órgão diplomático brasileiro, para tentar interceder pela jovem junto ao governo da Tailândia.

A abordagem diplomática acaba sendo a única saída, uma vez que o Brasil não possui tratados com a Tailândia. “Não existem tratados sobre o assunto entre o Brasil e a Tailândia. Não tendo tratados, não é possível o uso do Ministério da Justiça. Não sendo possível o Ministério da Justiça, o que resta é a via diplomática: Itamaraty”, pontua a advogada.
À imprensa o Itamaraty disse que acompanha o caso por meio de sua embaixada em Bangkok. Aos advogados, porém, o corpo diplomático brasileiro ainda não deu nenhuma posição.
Outro caminho tentado pelo grupo é contatar um advogado da Tailândia, a fim de montar sua defesa a partir do solo asiático, o que poderia melhorar suas chances.
A advogada esclarece que o objetivo do grupo de advogados formado em Pouso Alegre é auxiliar juridicamente, mas não seria possível para eles representar a jovem formalmente no momento, devido à alta carga burocrática para consumar a representação em um outro país.
Integram o grupo de apoio os seguintes advogados: Pablinie Costa, Talita Leonidia Aparecida Franco, Rafaele Maria Dias Faria, Kaelly Cavoli Moreira da Silva e Rovilson Carvalho.
Apesar de ferrenhas críticas de órgãos internacionais de direitos humanos e mesmo da comunidade internacional terem se intensificado nos últimos anos, países do sudeste asiático seguem com a pena de morte e mesmo a prisão perpétua para coibir a entrada de entorpecentes em seus países. Além da crítica à severidade das penas e sua desproporção, a pouca eficácia da medida engrossa os protestos globais.