A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou inquérito nesta terça-feira, 05, para apurar as denúncias de que o padre Ernani Maria dos Reis, de 54 anos, teria abusado sexualmente de ao menos 8 monges em um mosteiro de Monte Sião (MG).
O caso foi revelado em uma série de reportagens do portal Uol. Segundo os relatos das vítimas, os crimes teriam ocorrido entre os anos de 2011 e 2018, quando o então padre se afastou do mosteiro Santíssima Trindade, de Monte Sião, que integra a Arquidiocese de Pouso Alegre.
As investigações serão comandadas pelo delegado Daniel Leme Amaral, titular da força de segurança na comarca de Monte Sião. O padre Ernani, que hoje vive em Franca (SP) e leva a vida como psicanalista, será interrogado, assim como as vítimas e testemunhas, que serão localizadas para prestar seus depoimentos à Polícia Civil.
A abertura do inquérito ocorre após o promotor de Justiça, Marco Antônio Meiken, enviar ao delegado uma notícia de fato e um pedido de abertura de inquérito policial sobre o caso.
A Igreja Católica diz ter tomado conhecimento do caso e instaurado apurações internas, mas não fica claro em que momento essas atitudes foram tomadas. O fato é que o padre pediu seu desligamento em agosto de 2018.
De acordo com a arquidiocese de Pouso Alegre, Ernani “requereu de modo expresso, a sua renúncia ao estado clerical, isto é, não atua mais a título de “padre”. Ele não é mais sacerdote da Arquidiocese de Pouso Alegre e, ao que nos consta, nem de outra qualquer, ou seja, não exerce atividades de clérigo”, informa a instância religiosa em nota.
Apesar disso, um dia após as denúncias terem sido publicadas no Uol, o papa Francisco anunciou o desligamento de Ernani Maia dos Reis da Igreja Católica.