O advogado da família da psicóloga que foi encontrada morta dentro do porta-malas de um carro em Pouso Alegre (MG) teve acesso ao inquérito da Polícia Civil. Segundo Fábio Costa, Marilda Matias Ferreira dos Santos pode não ter sido vítima de homicídio. A suspeita é que ela tenha tirado a própria vida. A Polícia Civil informou que o inquérito ainda não está concluído.
O advogado Fábio Costa informou que teve acesso ao inquérito no fim da tarde desta quinta-feira (23). Ele disse que, após ler o inquérito, acredita que Marilda tenha cometido suicídio.
“Primeiramente nós não acreditávamos nesta hipótese, mas depois de ter acesso ao inquérito, com todas as informações, é de se acreditar sim que ela tenha tirado a própria vida”, afirmou.
Marilda foi encontrada pelo marido morta e amarrada dentro do porta-malas do carro, que estava estacionado na garagem da casa deles. De acordo com o advogado, o inquérito aponta que Marilda pode ter se amarrado sozinha.
Segundo o advogado, as fotos do corpo que integram o inquérito mostram escoriações compatíveis com o fato de que Marilda foi encontrada amarrada, mas ele diz acreditar que as amarrações poderiam ter sido feitas por ela mesma.
“A causa da morte ainda é desconhecida, mas, preliminarmente, o que eu posso dizer, é que ela fez uso de medicamentos, tomou bebida alcoólica e isso acabou potencializando o uso do medicamento de uso controlado”, disse Fábio.
Segundo o advogado, Marilda mandou uma mensagem para um amigo, dizendo que estava sendo perseguida. O advogado informou que essa mensagem teria sido mandada da própria casa da psicóloga e não do local em que ela disse ao amigo que estava. Fábio também disse que, durante uma conversa, o delegado falou que Marilda pode ter tentado criar um álibi. Ela teria manipulado seu dia para não dar conotação de que tentaria um suicídio.
“Numa conversa com o delegado, ele me disse que, por causa da localização geográfica do telefone, quando ela manda mensagens pra um amigo dizendo que estava sendo perseguida, ela já estava em casa. Ela também colocou o carro de ré, coisa que ela não fazia, talvez pra entrar no porta-malas e pra alguém passar e não ver ela entrando dentro. Ela desmarcou uma consulta com uma paciente, coisa que ela não fazia. Isto deve estar relatado no relatoria final do delegado”, disse.
O advogado informou que o inquérito, até o momento, possui 265 páginas. Nele, não há indícios de que Marilda tenha sido agredida e por isso não há evidências que possam incriminar alguma pessoa por homicídio.
Um dos suspeitos do crime era o marido de Marilda. Ele foi ouvido e liberado pela Polícia Civil. Segundo o advogado, não há nada no inquérito que o incrimine.
“Pelo tipo do homicídio, uma menina que veio do interior de São Paulo para morar em Minas, ele é mais velho com ela, óbvio que a primeira pessoa a se suspeitar é o marido, mas o que tem no inquérito, até o momento, não coloca ele em nenhum momento como suspeito. Ele disse que estava em tal lugar e foi confirmado isso. Não é a conduta de quem pratica o crime correr atrás das provas. Ele vem colaborando até o presente momento”, explicou Fábio.
A Polícia Civil informou que o inquérito não foi concluído. Eles informaram que aguardam o resultado de exames toxicológicos e da perícia, feitos no IML em Belo Horizonte (MG). A Polícia Civil disse que só vai se pronunciar após o fim do inquérito.