Intervenção é prorrogada e sindicatos perdem força de decisão no IPREM

Na sessão desta terça-feira, 23, o vereador Bruno Dias tratou dentre outros assuntos, sobre a questão do Iprem, instituto que está sob intervenção a 180 dias.

Segundo o vereador, o relatório apresentado pela equipe interventora traz em seu escopo, denúncia de que há no Iprem um rombo pro­veniente de apli­cações em títulos po­dres, sem lastro al­gum, ilíqui­dos, taxas de admi­nistração abu­sivas e de difícil resgate.

A reestruturação da au­tarquia municipal também foi comentada e faz parte do pedido de prorrogação da intervenção por mais 180 dias e foi criticada por parte dos vereadores, uma vez que tal reestruturação diminui a re­presentatividade dos sindi­ca­tos que representam os ser­vidores municipais. Pela nova redação, Sipromag e Sisempa nomearão um repre­sentante e não mais um de cada como era anterior­men­te.

O fato da reestrutu­ração estar sendo feita jus­tamente durante o período de intervenção também foi criti­cada pelos vereadores de oposição.

O diretor-presidente afas­tado do Instituto de Previdên­cia dos Servidores Públicos Municipais de Pouso Alegre (IPREM), Eduardo Felipe Ma­cha­do, nega irregularidades nas aplicações financeiras do órgão e sustenta que fundos apontados como ‘podres’ por relatório produzido pela intervenção da Prefeitura no órgão são rentáveis.

Segundo ele, os fundos têm a aprovação da Comissão de Valores Mobiliários, a CVM. “Tem 150% de garantia são auditados anualmente e a carteira de aplicações do IPREM é conservadora, ou seja, de baixo risco”, de­fende.

Sobre a iliquidez apontada pelo relatório da intervenção, ele afirma que o plano atuarial do IPREM é feito até o ano de 2056. “O período de carência desses fundos estão regis­trados no Ministério da Fa­zenda, Secretaria de Previ­dên­cia e seguem legislação federal”, garante.

Machado defende a po­lítica de investimento do ór­gão previdenciário e assegura que a lucratividade dos inves­timentos superam o exigido por lei. “Previdência se faz com aplicação de médio e longo prazo para se ter uma lucratividade que atenda à meta atuarial exigida pela legislação, que é de IPCA mais 6% ao ano. Em 2017, o IPREM bateu essa meta em quase 2%, ou seja, tivemos quase 8% de lucro nas aplicações nos fundos”, aponta.

O diretor-presidente afas­tado também questiona o prejuízo indicado pelo re­la­tório da intervenção. Segun­do ele, o suposto prejuízo não passaria de uma previsão. “Eles têm bola de cristal para estar prevendo esse prejuízo? Por que esses fundos conti­nuam funcionando bem  e dando lucro para o Iprem? Por que o Banco Central e a CVM ainda permitem que eles este­jam ativos se o in­terventor diz que são po­dres?”, questiona.

Interventor na Câmara

Esta semana, o presidente interventor Alberto Maia Valé­rio esteve na Câmara Munici­pal, onde fez uso da Tribuna Livre para explicar a grosso modo o que foi feito até o momento no Instituto de Previdência Municipal. Fa­lou das ações, do valor apu­rado, prorrogação do tempo de intervenção e mudança no estatuto da entidade.

Sem poder questio­nar o interventor, vereadores afirmaram que vão marcar audiência pública para que as dúvidas possam ser esclarecidas.