Saprófita?: Questionado, Arlindo Motta (PSDB) ataca a imprensa

“‘Me diga com quem andas, convive e te direi quem és.’ Quadrúpede, ruminante, não cabe nesta casa de leis. Isso é uma falta de respeito com a nossa população, que deu os votos para nós estarmos aqui. Não estou aqui para ser ruminante ou quadrúpede, cada um olhe no seu próprio espelho”, assim o vereador Arlindo Motta (PSDB), começou seu discurso na tribuna na sessão ordinária de terça-feira, 20.

A máxima é verdadeira e pode ser recíproca também. Num momento em que toda a classe política (de todos os partidos) passa por provação, fica complicado separar o Joio do Trigo e, classificar este ou aquele político ou este ou aquele meio de comunicação, não é tarefa fácil. Agir no calor da emoção, às vezes não é o melhor caminho.

Situação, oposição, não importa, cada veículo de comunicação tem a sua maneira de retratar uma notícia e isso não quer dizer que esta ou aquela esteja correta. Isso se chama ponto de vista, mas os fatos são os mesmos.

171 dias é pouco para mostrar alguma coisa, diante de 2.942 da gestão anterior? Para uns sim, para outros não. É uma questão de ponto de vista. Com os mesmos 171 dias, o prefeito de São Paulo (também do PSDB), já fez muita coisa. Para uns boas, para outros nem tanto. Mais uma vez, é o chamado “Ponto de Vista”, e por aí vai.

Como não ficou bem claro para quem era o recado e como fazemos parte da imprensa, vamos vestir a carapuça e sair em defesa de todos, situação ou oposição.

Assim sendo, precisamos fazer algumas correções. “Há 10 dias a Guarda Municipal recebeu o que ela não recebia em 2.942 dias”, disse o nobre vereador.

Usando mais um mecanismo do jornalismo, chamado “Sigilo de Fonte” vamos esclarecer: Anteriormente a GM possuía 2 viaturas equipadas com giroflex e devidamente identificadas com adesivos. Há 10 dias recebeu 4 viaturas, apenas com adesivo da prefeitura e sem giroflex. A GM era instalada num local que oferecia toda a estrutura para o serviço, hoje está locada em um prédio emprestado pela Cultura, que somente após matérias denunciando a situação, é que foi feita uma limpeza e capina do terreno e que não oferece estrutura adequada.

“Quero chamar a atenção de todos nesta casa em relação a umas palavrinhas mágicas que significam ética, democracia e princípios. Três palavras que deveriam nortear a política. No entanto, nos encontramos cercados da velha política, que não aceita as mudanças, virou as costas para o povo. Mas está ali denegrindo através dos meios de imprensa, buscando através destes meios, denegrir, calar, silenciar aqueles que se opõem. Deturpam as nossas falas, mudam os nossos posici­onamen­tos. Nada fizeram, nada plantaram e contam agora com o que? Com o esquecimento do povo, contam agora com a vontade de continuarem próximo aos cofres públicos”…

Ora, a imprensa tem o dever de informar, apenas isso. Querer jogar nos meios de comunicação a culpa por mudança de posicionamento e que esta quer calar alguém, é no mínimo argumento fraco, de quem se incomoda com opiniões contrárias.

“Essa imprensa sem ética, sem democracia, sem princípios, vem deturpando em nossa cidade o que falamos, vem deturpando o que não foram capaz de fazer e não podemos nos calar, não podemos aceitar isso. Se for para ser caluniado e acabar a política para mim, vou ser. Mas não vou arredar meu pé, não vou ceder a esta velha política”…

“Então eu queria dizer a velha política e a sua imprensa: Saprófita, sua imprensa sa­prófita. Ética, democracia e princípios. Precisamos nos manter mais unidos, não aceitarmos, não calarmo-nos diante desta imprensa sapró­fita”, finalizou o vereador.

Mais uma vez o vereador se equivocou ao escolher as palavras e como nosso dever é informar, já que parte da população não irá entender o que quer dizer isso:

Saprófita: sapro e do grego Phyton – Termo da biologia que designa as plantas que não são capazes de se auto alimentarem, ou seja, plantas que não fazem fotossíntese. Assim, o termo correto pretendido pelo nobre vereador deveria ser Saprófago: adjetivo, substantivo masculino – Diz-se daquele, ou aquele que se nutre de matérias orgânicas em decomposição.