Se tem uma pessoa capaz de proezas incríveis, este é o presidente da Câmara Municipal, Adriano da Farmácia. Mais uma vez o vereador mete os pés pelas mãos e evidencia o jogo político de bastidores que vem ocorrendo em nossa cidade e joga por terra o argumento de que os eleitos em outubro passado estariam ali para promover uma nova política, desvinculando-se das velhas raposas que comandavam a cidade.
Depois de um intenso bate-boca com o vereador Edson (PSDB) em sessão passada e deixar no ar que um acordo havia sido costurado para que ele pudesse chegar à presidência da Casa das Leis, acordo esse que poderia ter envolvido o projeto de redução dos subsídios dos vereadores (Projeto este que apesar de afirmar na tribuna da Casa ser favorável, mas que continua engavetado), Adriano mais uma vez, para se defender de acusações que envolvem a farmácia de manipulação de sua família e da qual era sócio, meteu os pés pelas mãos.
Ao alegar durante seu pronunciamento que deixou a sociedade na farmácia em novembro/2016 porque assumiria o comando da Câmara Municipal, o vereador Adriano mais uma vez deixa claro de que um acordo já estava costurado ou então, só podemos concluir que o nobre vereador, além de todas as suas características peculiares, é também vidente.
Tentando deixar transparecer tranquilidade, mas visivelmente incomodado pelo fato do assunto ter vindo à tona e com os comentários de alguns vereadores, Adriano usou seu tempo de tribuna para rebater as acusações e atacar os meios de comunicação que deram destaque ao fato.
Nosso periódico como de costume, acompanhou atentamente o desabafo do presidente da Casa das Leis e destacamos alguns pontos que dão margem a diversidade de interpretações:
1 – Adriano apresentou documento de alteração contratual registrada na JUCEMG em 14/11/2016, a qual demonstra que saiu da sociedade. Quer dizer então que logo após as eleições o nobre vereador já tinha como certa sua escolha para presidente da Câmara?
2 – Ao argumentar que independentemente de quem seja a farmácia, se do presidente ou da família do presidente, ele poderia chegar lá e por ser um vereador da base governista, intervir e não dar em nada. Adriano coloca em xeque o trabalho dos órgãos fiscalizadores do município, trazendo a tona a velha máxima: “Aos amigos tudo, aos inimigos os rigores da lei”.
3 – Nossa equipe foi atrás das informações para trazer um maior esclarecimento sobre os fatos publicados na semana anterior e os que foram trazidos por Adriano em sua defesa na Câmara e conseguiu as seguintes respostas.
Segundo norma do Conselho Regional de Farmácia, toda vez que um farmacêutico responsável se desliga da empresa, este desligamento precisa ser comunicado ao CRF para que seja procedida a baixa do Certificado de Regularidade e no prazo de 30 dias deverá ser procedida a inscrição de um novo Farmacêutico Responsável.
Adriano alegou que a farmácia não é órgão público e que os vereadores não deveriam cuidar da vida dos outros. Ora, sendo o problema de saúde pública, o vereador deve sim estar atento a tais problemas e denunciá-los sempre que for necessário. O resto temos que concordar com o vereador. A justiça deve apurar e punir os responsáveis, sejam eles quem for.
No uso da tribuna o Vereador Adriano alegou que o fato dos fracos terem a sua assinatura e o seu número de farmacêutico não tinha importância nenhuma e comparou que o frasco de um remédio com as informações técnicas do medicamento seria similar a uma sacolinha de supermercado, que foram feitos muitos frascos na farmácia. Agora informações de um remédio virou sacolinha de supermercado? Saúde Pública está sendo tratada com essa responsabilidade?
O Conselho de Farmácia e as autoridades precisam investigar esse caso, pois caso os atuais proprietários estejam mesmo usando frascos com informações técnicas falsas, estão incorrendo em falsidade ideológica e exercício ilegal da profissão de farmacêutico. O mais interessante é que a Farmácia Minas Fórmulas é formalmente de propriedade de um de seus familiares e leva o nome empresarial de “Farmácia de Manipulação Irmãos Braga Ltda.”.
O Vereador Campanha (PROS) também cobrou explicações do Presidente Adriano a respeito dos fatos denunciados, e também cobrou um posicionamento mais claro da Vigilância Sanitária que segundo o Vereador estaria nesse caso tentando blindar a farmácia, dificultando acesso às informações, tratando esse caso de uma maneira bem diferente que já fez em outras oportunidades com outros estabelecimentos do município.