Prefeitura retira carrinhos de pastel do centro da cidade

Uma das tradições mais antigas da cidade de Pouso Alegre enfrenta grandes dificuldades de manter a tradição passada em alguns casos de geração para geração dentro das famílias na produção e venda do famoso pastel de farinha de milho da cidade, que além de fazer sucesso entre os moradores locais, incentiva inclusive o turismo no município e sempre atraiu curiosos das mais diversas regiões do país para experimentar o famoso “pastelzinho de farinha de milho”.

A medida equivocada implantada pela Prefeitura passa por descaracterizar os carrinhos de pastel na substituição pelos “food trucks“ que embora sejam mais modernos, tira da atividade o aspecto familiar, rompe com quase um século de tradição e quebra o encanto da atividade no centro da cidade.

O pasteleiro Sebastião Borges de Oliveira estava há 20 anos trabalhando na rua Silviano Brandão. Esse era o único sustento da família. Sebastião diz que sempre estava se adequando. Mas agora estava sem condições financeiras para adquirir um trailer que custa cerca de R$ 18 mil ou um carro que é ainda mais caro. “Agora me interditou. Chegaram quatro pessoas e não deixaram eu vender nem o resto dos pastéis”.

As leis de vigilância sanitária, o manuseio dos alimentos e todos os cuidados que envolvem a qualidade dos produtos alimentares sempre devem ser vistos como prioridade, mas essa gestão precisa ser realizada em comum acordo com as tradições, peculiaridades e costumes da população.

A população de Pouso Alegre ficou órfã de uma tradição centenária que era a presença dos carrinhos de pastel de milho nos principais pontos da cidade, sendo o pastel de farinha de milho tombado como patrimônio histórico e bem imaterial do município.

O Mercado Municipal de Pouso Alegre também sofre muito com essas medidas extremadas da Secretaria de Saúde em relação aos produtos tradicionais da cidade, tais como: queijos, frango caipira e linguiças.

As autoridades deviam visitar o Mercado Municipal de Belo Horizonte e tentar aprender com a fiscalização da capital e de outras cidades como pode ser desenvolvido um trabalho que vise pela qualidade dos produtos sem entrar em conflito com a tradição e a cultura de um povo.