Quem assume a administração deve ficar com o ônus de colher os bônus das administrações anteriores. Certo? Pois bem. Se durante estes quase 80 dias de novo governo, muito se tem ouvido falar de restos a pagar, dívidas deixadas e outros assuntos que não agrada aquele que assume o comando, os benefícios também devem ser alardeados na mesma proporção do que os problemas.
Assim sendo, precisamos colocar os pingos nos “is” e dar a César o que é de César. Esta semana fez-se circular em redes sociais a construção de um condomínio empresarial para abrigar as empresas satélites, formado por empresas fornecedoras da gigante chinesa XCMG.
O projeto aventado e trabalhado pelo ex-prefeito Agnaldo Perugini, desde o início da atuação da empresa, em 2014, foi finalmente confirmado na última sexta-feira (10), em visita de representantes da XCMG à Prefeitura.
A recessão pela qual atravessa o país, teria sido o principal entrave para que o projeto fosse colocado em prática anteriormente. O terreno de mais de 800 mil metros quadrados que abriga a multinacional chinesa XCMG, em Pouso Alegre, possui uma grande área ociosa. Mas o espaço complementar não está ali à toa, foi deixado ali justamente para abrigar este projeto ainda mais grandioso da gigante de máquinas pesadas: a criação de um condomínio de empresas fornecedoras chinesas para abastecer a linha de produção de máquinas.
Não há informações quanto ao número de empregos que o projeto deve gerar, nem mesmo do valor dos futuros investimentos. Mas o anúncio marca o fim da pausa nos investimentos da empresa, que havia colocado a expansão programada para os seus primeiros anos de funcionamento em banho-maria por conta da recessão brasileira e da crise mundial.
O projeto do condomínio foi apresentado em linhas gerais para o prefeito Rafael Simões e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Dino Franciscato pelo gerente do Departamento Jurídico, Luiz Henrique dos Reis, e do Departamento Fiscal, Way Chien, que também informaram do saldo positivo de empregos que a empresa já registra em 2017. Foram abertas 140 novas vagas na fábrica, das quais 70 já foram preenchidas e outras 70 estão em fase de contratação.
Em visita ao Brasil, o presidente mundial da XCMG, Wang Min, já dava sinais de que as notícias boas poderiam surgir em breve. Ele passou por Pouso Alegre no final de outubro, um dia antes de se reunir com o presidente Michel Temer. A XCMG aposta na parceria com o poder público brasileiro em grandes projetos de infraestrutura para ampliar sua produção. O grupo está na ponta de uma das estratégias chinesas para expandir as relações de indústria e comércio com o Brasil. A vinda do complexo industrial daquele país para a cidade dependia, em boa medida, de arranjos estratégicos entre as nações.
Em sua passagem por Pouso Alegre, Wang Min deixou clara a importância da planta local para as aspirações globais da XCMG. Afinal, trata-se da primeira planta da fábrica fora da China e base a partir da qual a gigante oriental pretende abastecer o mercado latino e a África do Sul.
O grupo encerrou o ano de 2016 como maior empresa de seu segmento na China e 9º maior do mundo. Até 2020, espera estar na quinta posição para chegar em 2025 como terceiro maior do planeta. “Com isso, estou somando os esforços de todo grupo, inclusive o da planta brasileira, que é fundamental na estratégia de internacionalização da XCMG”, avaliou o presidente, que projetou novas contratações e lançamentos de novos produtos para que
a empresa consiga atingir o crescimento pretendido.