A cidade de Pouso Alegre viveu mais um capítulo triste na última semana quando, em um ato de traição, o então pré-candidato a Prefeito Rafael Simões articulou e conseguiu momentaneamente dissolver o Diretório Municipal do PSDB na cidade. O Partido tinha, até aquele momento, a presidência da ex-primeira Dama e atual Vereadora Partido Lilian Siqueira e conta nos seus quadros com lideranças históricas de Pouso Alegre, como Jair Siqueira, que foi prefeito da cidade por três oportunidades. A ação orquestrada por Rafael Simões visa evitar enfrentar a convenção com o outro pré-candidato do partido, o ex-deputado estadual Chico Rafael.
O Jornal Folha de Pouso Alegre já apresentou, nas edições anteriores, as diversas ações que estavam sendo articuladas por Rafael Simões para tentar dissolver o Diretório Municipal, visando assim evitar a convenção municipal do partido, um ato de democracia da legenda, momento onde os membros da agremiação partidária definem seus candidatos a prefeito, vice-prefeito, vereadores e coligações. Imperou nesse caso o tempo dos coronéis, o famoso caciquismo politico e, em um ato antidemocrático e jogando toda a história do PSDB de Pouso Alegre no lixo, a legenda municipal está dissolvida, assumindo o Partido uma comissão interventora. Qual o motivo dessa intervenção? Evitar a democracia e o processo legal das convenções!
Esse gesto representa um golpe baixo, além de ser uma atitude suja, arbitrária, antidemocrática e vergonhosa. A destituição de qualquer comissão executiva ou provisória, que não se curva aos desejos escusos de quem não quer ouvir a razão, em plena época de convenções, escancara o desespero de quem quer buscar o poder a qualquer preço. Demonstra claramente o projeto de poder de apenas um grupo, e não de um projeto para a cidade, como querem passar em suas entrevistas e aparições públicas em redes sociais.
Tão logo este jornal teve notícia da atitude do diretório estadual do partido, nossa reportagem entrou em contato com Francisco Rafael para saber se este estaria abandonando a luta. Visivelmente indignado, Francisco Rafael nos falou, então, um pouco sobre os caminhos que deverão ser tomados a seguir:
“Como membro do partido e pré-candidato, confesso-me traído, não pela preferência em favor do outro, mas pela violência da atuação da Executiva Estadual contra o Diretório Municipal, a quem compete legalmente a indicação dos candidatos que irão disputar as eleições deste ano. Violência esta com o beneplácito e aval dos líderes maiores do partido, conforme fartamente veiculado em redes sociais. Mas não me deixo abater. Acredito no Poder Judiciário que, como vem acontecendo em nosso país, também irá corrigir esta infeliz decisão da Executiva Estadual. Mantenho-me na luta pelas minhas ideias e convicções de que agindo assim, estarei trabalhando para buscarmos a verdadeira social democracia em nosso País”, disse Chico Rafael.
A Vereadora Lilian Siqueira fez um desabafo firme no uso da liderança do partido na última terça-feira, 12 de julho, mas por trás da firmeza e coerência das palavras eram perceptíveis a tristeza e a decepção de uma honrada Senhora, que muito já fez por nossa cidade junto ao seu esposo Jair Siqueira. A tristeza e decepção foram reafirmadas por Lilian Siqueira em uma gravação em que a mesma aparece ladeada de Chico Rafael e seu esposo Jair Siqueira.
Lilian Siqueira deixou claro em suas palavras que tanto ela como Jair Siqueira foram jogados de lado, desrespeitados e humilhados por uma ação truculenta e sem escrúpulos na busca pelo poder. Jair Siqueira, que ocupava o cargo de Presidente de Honra do PSDB em Pouso Alegre, é um dos políticos mais respeitados no Sul de Minas e no Estado de Minas Gerais.
É imperativa, notória e contundente essa reflexão! Um candidato que passa por cima de lideranças históricas de nossa cidade, que não respeita o processo democrático dentro do seu próprio partido, terá condições de governar com diálogo e com a abertura que um chefe de um poder executivo precisa ter para receber e atender as demandas do povo?
Pense nisso…